Um caminhão com 25 toneladas de lixo, proveniente de Colombo, uma das 18 cidades ligadas ao Consórcio Intermunicipal do Lixo, deu início na manhã de segunda-feira (1º) às atividades do Centro de Gerenciamento de Resíduos Iguaçu, da empresa Estre Ambiental, em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba (PR).
O centro tem capacidade de receber diariamente 2,4 mil toneladas, mas, até às 16h45 de segunda-feira, já havia recebido 1.033 toneladas. O aterro particular da Essencis Soluções Ambientais (cuja capacidade é de 100 toneladas/dia), na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), também recebe lixo das cidades do consórcio.
O centro de gerenciamento da Estre Ambiental está localizado em uma área de 2,6 milhões de metros quadrados, mas apenas 382 mil metros quadrados serão utilizados para a compactação e armazenamento do lixo.
O restante do terreno será utilizado como reserva ambiental. De acordo com a empresa, o lixo está sendo depositado em um espaço especialmente preparado para não prejudicar o meio ambiente.
Abaixo do centro existe um sistema de drenagem do chorume. Acima disso, uma manta de PAD com dois milímetros de espessura. Trata-se de um material que impede a passagem do líquido, que é desviado para uma estação de tratamento com capacidade para 300 mil litros.
Todo o lixo descarregado no local será coberto por 70 centímetros de terra diariamente, evitando assim o mau cheiro. Além disso, já foram implantados os drenos para liberação de gás.
O biólogo Dirceu Pierro Junior, diretor comercial coorporativo da Estre Ambiental, explica que, em pelo menos 12 meses, será construída no local uma central de reciclagem de resíduos da construção civil e uma cooperativa de reciclagem.
“Precisaremos desse prazo em razão do funcionamento emergencial do centro. A partir disso, poderemos aplicar os conhecimentos e tecnologias que já existem nos nossos centros de gerenciamento de outras cidades. Sabemos que funciona, por isso utilizaremos em Fazenda Rio Grande também”, ressalta.
A Estre Ambiental prevê ainda a instalação de uma Autoclave para tratamento de lixo hospitalar. Segundo Pierro Junior, a empresa está bastante preocupada com os moradores da cidade.
“Vemos como um dever e obrigação contratar pessoas da região para trabalhar conosco”, afirma. A Estre Ambiental irá gerar 140 empregos diretos e 300 indiretos com o funcionamento da unidade de Fazenda Rio Grande.
Além disso, a Estre Ambiental está asfaltando a Rua Mato Grosso, que liga o centro de gerenciamento à BR-116. “Outro ponto bastante importante é a questão fiscal, pois todo imposto será recolhido para Fazenda Rio Grande”, ressalta.
Alívio – Na segunda-feira, moradores do Caximba, bairro que abriga o aterro que recebeu lixo por mais de 20 anos, estavam aliviados com o término do serviço no local. “É uma grande vitória, pois muitos moradores enfrentaram problemas durante anos. Nossa preocupação agora é com o passivo ambiental, uma vez que o lixo vai continuar gerando chorume e gás”, afirma Jadir Silva de Lima, presidente da Aliança para o Desenvolvimento Comunitário da Caximba (Adecom).
De acordo com a prefeitura de Curitiba, mesmo desativado, as obras que atendem ao Plano de Encerramento do Aterro do Caximba, que envolvem drenagem, melhoria no sistema de tratamento de chorume e monitoramento geotécnico e ambiental, serão concluídas. A intenção é criar um parque municipal na região. (Fonte: Paraná Online)