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Ministérios lançam as bases para aproveitamento da energia solar

Acordo foi firmado pelos ministros das Minas e Energia, Márcio Zimmermann, e de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, durante inauguração da sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq). 

Embora a matriz energética brasileira já seja predominantemente baseada em energias renováveis e o Brasil tenha elevado potencial de irradiação, a participação da energia solar ainda é incipiente no país. Reportagem recente da revista “Photon” (considerada importante publicação de energia solar fotovoltaica em âmbito internacional) intitula o Brasil como “o gigante que está dormindo em baixo do sol”. 

Com o intuito de mudar esse cenário, iniciativas voltadas para uso da energia solar térmica para o aquecimento de água residencial começaram a surgir de forma isolada, nos últimos anos, mas a necessidade de uma política mais sólida para alavancar o setor serviu de estímulo para a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre os ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e de Minas e Energia (MME). 

O objetivo é lançar as bases para ações, no sentido de fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico para o aproveitamento da energia solar no Brasil, em especial a heliotérmica (extensão da energia solar, movida a partir de concentrados solares ideais para regiões com temperaturas elevadas). 

O acordo prevê acompanhamento conjunto de atividades, compartilhamento de informações, fomento para a elaboração de projetos piloto, de pesquisa e demonstrativos, de capacitação técnica e de acordos nacionais e internacionais, além da criação um Comitê Gestor. 

Projeto Piloto 

De acordo com o Coordenador de Energia e Inovação de Tecnologia do MCT, Eduardo Soriano, “o acordo vai alavancar a implantação da Planta Piloto de Geração de Heliotérmica no Semiárido”, em Pernambuco, com aporte inicial de R$ 23 milhões, sendo R$ 18 milhões do Fundo Setorial de Energia (CT-Energ) e R$ 5 milhões da Secretaria de Ciência Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco (Sectma). 

A Plataforma de Pesquisa Experimental abrange tecnologias de diversos tipos de sistemas, nos moldes de plataformas de pesquisa existentes no exterior, como a de Almeira (na Espanha). A primeira tecnologia a ser implantada será a de cilindros parabólicos. 

O projeto conta com parceiros como a Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Fapape), o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), dentre outras instituições em fase de negociação. 

Na avaliação do ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, o documento é um marco do desenvolvimento da tecnologia solar no Brasil e, para isso, é essencial que o País elabore mecanismos que estimulem a produção de pesquisas e tecnologia nacional. 

“É importante o Brasil não somente ir lá fora e comprar uma central solar, mas trazer a comunidade acadêmica, centros de pesquisa e também, numa outra etapa, as empresas que pretendem participar de todo o processo”, afirmou Zimmermann, na última reunião anual do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), realizada na nova sede do CNPq.

Fonte: Jornal da Ciência

(Com informações da Assessoria de Comunicação do MCT)

 

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