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Por mais segurança, Angra pode receber hidrelétrica

Eletronuclear avalia construir instalação para abastecer usinas nucleares. Medidas em análise, após acidente no Japão, incluem ainda um novo estudo de encostas e de riscos de deslizamentos.

 

A Eletronuclear avalia construir uma central hidrelétrica de pequeno porte para abastecer as usinas nucleares de Angra dos Reis, no Rio, em casos de emergência e, assim, aumentar a segurança de suas operações.

 

A estatal quer ainda contratar uma consultoria externa para rever o monitoramento das encostas próximas às três usinas – Angra 1 e 2 já operam, e a número 3 está em construção.

 

Outra medida em análise para aumentar a segurança das instalações é a construção de uma linha de transmissão de energia exclusiva para a usina. A energia produzida pela hidrelétrica seria direcionada para a central nuclear em casos de falha no sistema de abastecimento.

 

Atualmente, as usinas nucleares contam com 12 geradores a diesel, que podem alimentar as bombas de resfriamento dos reatores.

 

São bombas semelhantes às que vêm sendo utilizadas nas usinas de Fukushima, no Japão, afetadas pelo tsunami que atingiu o país asiático. A energia da nova hidrelétrica seria mais um item de segurança, além dos geradores.

 

“Pode haver um cenário, pouquíssimo provável, de perder todos os geradores de emergência”, afirmou o assistente da presidência da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães.

 

Construídas próximo a encostas, as usinas também correm o risco de que deslizamentos danifiquem instalações auxiliares, como depósitos de rejeitos. Os reatores estão protegidos por prédios blindados resistentes a terremotos, disse a Eletronuclear. A estatal monitora oito pontos nas encostas, áreas apontadas como de risco.

 

“Um acidente como o do Japão sempre nos faz trazer para agora algumas ações que são feitas de tempos em tempos. Não vamos nos limitar às nossas certezas. Queremos que outros especialistas confirmem o que estamos fazendo”, disse Diógenes Alves, gerente de engenharia civil da Eletronuclear.

 

Folha de São Paulo

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