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Recifes de corais podem desaparecer com oceano mais ácido

Um estudo realizado por cientistas dos Estados Unidos, Austrália e Alemanha aponta que acidificação dos oceanos, fenômeno que reduz o pH das águas devido ao aumento do CO2 atmosférico, poderá reduzir a diversidade e a resiliência (capacidade de recomposição) de recifes de corais ainda neste século.

Os pesquisadores estudaram espécies dos ecossistemas localizados próximos a três infiltrações vulcânicas, que emitem naturalmente CO2 no fundo do mar, na Papua Nova Guiné. Com isso, puderam entender melhor o impacto da acidificação dos oceanos na biodiversidade marinha.

Os cientistas conseguiram detalhar os reflexos de uma exposição prolongada dos recifes de corais a altos níveis de dióxido de carbono e baixo pH no oceano Indo-Pacífico. Isto simularia a projeção de aumento dos níveis de CO2 na atmosfera, que poderá ocorrer até o final deste século e tornaria os oceanos mais ácidos.

“Esses resultados prévios mostram como os recifes ficarão daqui a 100 anos caso a acidificação dos oceanos piore”, afirmou Chris Langdon, um dos principais investigadores do assunto, que é ligado à Escola Rosenstiel de Ciência Marinha e Atmosférica, da Universidade de Miami.

O estudo mostra ainda mudanças na composição das espécies de corais e redução da biodiversidade e recrutamento no recife com a redução do pH de 8,1 para 7,8. A equipe também relata que o desenvolvimento de recifes cessaria a um pH abaixo de 7,7.

O quarto Relatório de Avaliação do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) estima que até o final do século, o pH dos oceanos diminuirá dos atuais 8,1 para 7,8 devido ao aumento das concentrações atmosféricas de CO2.

Infiltrações vulcânicas em Papua Nova Guiné simula emissão de CO2 na atmosfera: recifes de corais podem desaparecer com oceanos mais ácidos (Foto: Katharina Fabricius/Australian Institute of Marine Science)
Infiltrações vulcânicas em Papua Nova Guiné simula emissão de CO2 na atmosfera: recifes de corais podem desaparecer com oceanos mais ácidos (Foto: Katharina Fabricius/Australian Institute of Marine Science)

Fonte: Globo Natureza, em São Paulo.

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