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Cientistas alertam para risco de que geleiras no Himalaia desapareçam

Japoneses analisaram três focos de ‘neves eternas’ na cordilheira.
Com mudanças climáticas, dois deles estão sumindo, concluíram.

Três geleiras do Himalaia vêm encolhendo nos últimos 40 anos devido ao aquecimento global e duas deles, localizados em regiões úmidas e em altitudes mais baixas no centro e no leste do Nepal, podem desaparecer, afirma pesquisadores do Japão em estudo publicado nesta terça-feira (1º).

Usando GPS e modelos de simulação, eles descobriram que o encolhimento de duas das geleiras – Yala, no centro, e AX010 no leste do Nepal – acelerou nos últimos dez anos em comparação com os anos 70 e 80.

O volume de Yala encolheu 0,80 metro e o de AX010, 0,81 metro, respectivamente, por ano, na década de 2000, acima dos 0,68 metro e 0,72 metro por ano entre 1970 e 1990, disse Koji Fujita, da Escola de Estudos Ambientais da Universidade de Nagoya, no Japão.

“Para Yala e AX, essas regiões apresentaram um aquecimento significativo. É por isso que a média de redução foi acelerada”, disse Fujita.

“Yala e AX irão desaparecer, mas não temos certeza quando. Para saber a época, temos que calcular usando outra simulação e ter em o fluxo glacial em conta”, explica Fujita. Sua equipe não tem os dados para fazê-lo no momento.

As conclusões do time de cientistas foram publicadas na revista “Proceedings”, da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

15.000 glaciares
O Himalaia é uma cadeia de montanhas enormes composta por cerca de 15.000 glaciares e alguns dos picos mais altos do mundo, incluindo o Monte Everest e o K2.

Além da mudança do clima e da umidade, a altitude também parece desempenhar um papel fundamental na vida das geleiras, que são grandes corpos persistentes de gelo.

A geleira Rikha Samba, situada em região mais seca, no oeste do Nepal, também tem ficado cada vez menor desde a década de 70, mas sua taxa de retração desacelerou para 0,48 metro por ano nos últimos dez anos em comparação com 0,57 metro por ano na década de 70 e 1980.

Isso aconteceu porque a geleira está a 5.700 metros, o que significa que sua diminuição poderia ser compensada, ao menos em parte, por novas quedas de neve, disse Fujita.

“No caso de Yala e AX, estão situadas em menores altitudes e, portanto, o encolhimento foi acelerado. Geleiras que não têm nenhuma chance de receber neve acabarão por desaparecer”, disse Fujita.

A geleira Yala está a cerca de 5.400 metros acima do nível do mar, enquanto a AX está a 5.200 metros.

Fonte: Da Reuters

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