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Indústria nacional se mobiliza para reduzir emissão de CO2 à atmosfera

Inventário que calcula produção de gases é primeiro passo para diminuição.
Em 2010, 77 companhias produziram 107 milhões de toneladas de CO2.

Antecipando medidas nacionais para conter as emissões de gases causadores de efeito estufa, 77 empresas brasileiras apresentaram em evento nesta quarta-feira (10) seus inventários de emissões, levantamento que estima a quantidade de CO2 liberado na atmosfera pela atividade industrial.

O documento aponta que no ano passado foram emitidos 107,1 milhões de toneladas de CO2, o equivalente a 5% do total de gases liberados no país em 2005, segundo o Inventário Nacional do governo federal, que serviu de base para a elaboração das metas para reduzir, de forma voluntária, em até 39% o envio de gases à atmosfera até 2020.

“Isso mostra o interesse do Brasil na questão do clima, porque nem o país e nem as empresas são obrigadas pela Convenção das Nações Unidas a reduzir a quantidade de CO2 produzida”, disse Pankaj Bhatia, diretor do Instituto de Recursos Mundiais, que criou a metodologia de medição de carbono emitido.

Planos
Segundo Mario Monzoni, coordenador do Centro de Estudos de Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a iniciativa faz parte de planos maiores, como a elaboração de políticas em instituições privadas que fomentariam a sustentabilidade.

“O Brasil está em crescimento, assim como a indústria. Por isso temos que definir formas de reduzir o impacto do desenvolvimento nos próximos anos”, diz Monzoni, que pretende agregar até 150 empresas para um novo inventário em 2012.

Uma das companhias que aderiu à iniciativa foi o grupo Danone, que utiliza o inventário para medir emissões em sua cadeia de produção. A empresa informou que até 2012 pretende reduzir em 30% o envio de gases poluentes à atmosfera.

Crise
Também presente no evento realizado em São Paulo, Robyn Camp, vice-presidente executiva do Instituto Registro de Clima, dos Estados Unidos, especializado na medição de emissões, afirmou ao Globo Natureza que muitas empresas norte-americanas tiveram a iniciativa de realizar o inventário de carbono, organizado pelo instituto.

Entretanto, segundo Camp, a crise financeira que afeta a potência mundial pode reduzir as ações de mitigação. “Algumas empresas serão impactadas pela crise e a questão ambiental pode ser deixada de lado. Porém, as companhias inovadoras têm pensado muito na questão da energia sustentável, pegando como exemplo grandes indústrias da Europa, que usam energia renovável e se mantêm no topo. Mas a tomada de decisão vai depender da realidade da empresa”, diz.

Fonte: Eduardo Carvalho, Globo Natureza, São Paulo

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