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Novo fóssil pode ganhar título de elo perdido de primatas

Espécime achado em Mianmar é mais próximo de humanos do que “rival” achado na Alemanha

Um fóssil apresentado ontem por cientistas americanos pode destronar o atual animal considerado o elo perdido entre humanos e macacos. Batizado de Ganlea megacanina, o novo espécime é descrito em um estudo de pesquisadores do Museu Carnegie de História Natural, de Pittsburgh (EUA).

Com 38 milhões de anos, o primata – achado em Mianmar, no Sudeste Asiático – está mais próximo do que se imaginaria de um ancestral comum recente entre homens e macacos, dizem os pesquisadores.

O fóssil que clamava o título de elo perdido até agora era o de Ida, um primata de 47 milhões de anos de idade extremamente bem preservado, mas sem tantas semelhanças com os macacos ou com espécies mais próximas dos humanos.

Segundo o paleontólogo Chris Beard, do Museu Carnegie, apesar de o fóssil do Ganlea não estar completo, é possível afirmar que ele é um candidato mais forte ao posto de elo perdido. Em um estudo na revista científica “Proceedings of the Royal Society”, Beard e seus colegas defendem sua posição com base numa análise dos dentes do animal e de um fragmento de sua mandíbula – tudo aquilo que restou do Ganlea.

Segundo Beard, o fóssil achado em Mianmar guarda mais semelhança com os chamados primatas antropoides (homens e macacos), enquanto Ida, achado na Alemanha, está um pouco mais próxima dos lêmures -primatas mais distantes dos humanos evolutivamente, com arcada dentária diferente.

“Pelo que podemos ver, Ganlea não só é um antropoide, como é um antropoide bastante avançado, o que não se pode dizer de Ida”, afirma o cientista.
(Folha de SP, 1/7)

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