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Tigre-da-tasmânia foi extinto pela fama de matador, mas não conseguia abocanhar ovelhas, diz estudo

Pesquisadores australianos afirmam que suas presas não serviam para capturar animais maiores do que gambás

Ilustração do século XIX mostra o tigre-da-Tasmânia ('Thylacinus cynocephalus'), também conhecido como lobo-da-tasmânia. Apesar da aparência de cachorro, ele era um marsupial, portanto mais próximo do canguru do que dos cães
Ilustração do século XIX mostra o tigre-da-Tasmânia (Thylacinus cynocephalus), também conhecido como lobo-da-tasmânia. Apesar da aparência de cachorro, ele era um marsupial, portanto mais próximo do canguru do que dos cães (George Bernard/Science Photo Library/Spl Dc/Latinstock)

A extinção do tigre-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus) no século 20 pode ter sido apressada por uma convicção popular equivocada: os criadores acreditavam que o marsupial carnívoro era responsável pela morte de ovelhas. A crença estimulou sua perseguição. Entretanto, uma nova pesquisa publicada no periódico científico especializado Zoological Society of London´s Journal of Zoology mostra que o animal tinha mandíbulas tão fracas que suas presas provavelmente não poderiam ser maiores do que gambás.

“Nossa pesquisa mostrou que sua fraca mandíbula o restringia a caçar presas pequenas e ágeis”, diz a autora do estudo, Marie Attard, pesquisadora da Universidade de New South Wales, na Austrália. “Esta é uma característica incomum para um grande predador como este, considerando sua substancial massa de trinta quilos e alimentação carnívora.” Ninguém considerava o inusitado, e a associação entre um grande animal carnívoro e a capacidade de abocanhar grandes presas como ovelhas deu suporte à perseguição que culminou em seu desaparecimento. A introdução de cães na região, o desequilíbrio do ecossistema e a caça humana teriam apressado o processo.

Também conhecidos como lobos-da-tasmânia, os animais do gênero Thylacinos eram os maiores predadores a habitar a Austrália e a ilha de Nova Guiné há mais de 2.000 anos. Durante a colonização europeia na região, no século 19, entretanto, estavam limitados à Tasmânia. Eles podiam ser marrons ou cinzas, com cerca de vinte listras escuras do ombro até o rabo. Sua cabeça, parecida com a de um cachorro ou lobo, era grande e exibia um impressionante maxilar – apesar das pernas e rabos curtos. Tanto a fêmea quanto o macho apresentavam marsúpio, a bolsa externa em que alguns embriões de mamíferos se desenvolvem.

Fonte: Veja Ciência

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