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Pesquisa reforça tese de que dinossauros tinham sangue quente e metabolismo acelerado

Marcas de ossos que até então apareciam só em répteis indicando baixa na taxa do metabolismo foram encontradas em mamíferos

As evidências de que os dinossauros tinham metabolismo semelhante ao dos répteis, como sugerem algumas linhas de pesquisa, estão sendo derrubadas pouco a pouco e a teoria de que eles tinham sangue quente e metabolismo acelerado vem ganhando cada vez mais força.

Até então se acreditava que os dinossauros eram ectotérmicos, ou seja, não tinham o controle da temperatura do próprio corpo. Essa teoria era baseada nas evidências de fósseis de dinossauros, que apresentam marcas indicando que eles paravam de crescer quando havia condições adversas, como o frio ou a falta de comida.

Mas uma pesquisa divulgada pela revista Nature traz uma forte evidência que coloca em xeque a tese de ectotermia para os dinossauros — e a revelação veio por meio dos mamíferos.

A pesquisa, conduzida pela paleontologista Meike Köhler, do Instituto Catalão de Pesquisas e Estudos Avançados, mostrou que até mesmo os mamíferos, que são homeotérmicos (têm temperatura corporal constante), possuem as marcas de desenvolvimento sazonais nos ossos, chamadas de LAGs. A sigla vem da expressão em inglês ‘Lines of Arrested Growth’, que são sinais formados em períodos do ano quando o metabolismo desacelera, deixando os ossos mais densos. Foram analisados mamíferos de diversas partes do mundo, dos trópicos aos polos. Em todos esses habitats eles apresentam as marcas nos ossos. “Isso significa que as LAGs não são mais argumento para dizer que os dinossauros são ectotérmicos”, disse Köler.
O anatomista John Hutchinson, do Colégio Real de Veterinária, de Londres, disse que o estudo derruba a tese de que mamíferos não podem ter as LAGs como parte natural do desenvolvimento.
Para Luiz Eduardo Anelli, especialista em dinossauros e autor do livro Dinos no Brasil,a pesquisa derruba um dos questionamentos que havia quanto ao metabolismo dos dinossauros. Segundo ele, além desta pesquisa, já havia outras evidências de que esses animais poderiam ter o sangue quente.
Fonte: Veja Ciência

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