O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) planejou realizar até o final deste ano 244 operações de combate ao desmatamento da Amazônia. As operações contam com apoio da Polícia Federal, da Força Nacional de Segurança, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).
Segundo o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, o esforço do governo é reduzir a extensão do desmatamento na Amazônia.
Dado parcial divulgado nesta segunda-feira (7) pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, indica que houve redução de 48% do desmatamento da Amazônia entre agosto de 2009 e abril de 2010 na comparação com o mesmo período do ano anterior (agosto de 2008 a abril de 2009). Segundo o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Ibama, o desmatamento no período mais recente é de 1.455 quilômetros quadrados (km2) contra 2.835 km2 entre agosto de 2008 a abril de 2009.
De acordo com os dados do Deter houve redução do desmatamento em todos os estados da Amazônia Legal com exceção de Roraima, cuja a área desmatada cresceu 47% (48,55 km2). Pará (com 571 km2 desmatados) e Mato Grosso (496,75Km2) e Rondônia (146,52 km2) lideram o ranking do desmatamento.
Além das operações de combate ao desmatamento, Luciano Evaristo diz que o governo manterá a restrição de crédito aos desmatadores e dificultará a comercialização de produtos de áreas desmatadas ilegalmente, como a carne. “Vou prender boi”, disse o diretor à Agência Brasil. Segundo ele, a fiscalização está ficando mais eficiente com uso da tecnologia de satélite japonês que permite enxergar o desmatamento mesmo com nuvens (Sistema Alos).
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) também divulgou dados do desmatamento no Pantanal entre 2002 e 2008. A área destruída do bioma subiu de 12,35% para 15,18% e atingiu 4.279 km2. Nesse período, a taxa de desmatamento anual do Pantanal foi de 0,47% (713 km2 ao ano) acima do índice verificado na Amazônia (0,43%) e na Caatinga (0,33%).
Segundo a ministra Izabella Teixeira, o governo ainda não sabe as razões do desmatamento no Pantanal. Ela exclui, entretanto, a relação com o aumento das áreas para plantação de cana-de-açúcar para produção de etanol. “Não temos análise ainda de que vetores são esse, mas não me parece que seja cana. O zoneamento agro-ecológico excluiu [a produção de etanol] do Pantanal”, salientou.
A ministra avalia que haja “uma pressão muito grande” da expansão da pecuária e da extração de carvão vegetal para o polo minero-siderúrgico de Corumbá. A região é a terceira maior reserva de minério de ferro e a segunda de manganês do país. O Ibama promete fazer dez operações de fiscalização no Pantanal até o final do ano.
Apesar de o governo anunciar o planejamento de operações de fiscalização, os funcionários do MMA, Ibama e Instituto Chico Mendes, em greve desde 7 de abril, apontam em carta aberta à sociedade “inexistência de planejamento e precariedade de gestão”, “falta de equipamentos” e até “carência de combustível para realização de suas atividades”.
Fonte: Gilberto Costa/ Agência Brasil