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Substância em veneno de peixe trata a asma

Proteína tem propriedade anti-inflamatória e não provoca efeitos colaterais como corticoides

Uma substância extraída do veneno do peixe niquim, muito comum no Norte e Nordeste do país, promete tratar a asma de forma mais natural e sem os efeitos colaterais dos medicamentos convencionais à base de corticoides.

 

Monica Lopes Ferreira, uma das pesquisadoras do Instituto Butantan, de São Paulo, identificou um peptídeo (proteína) com propriedade anti-inflamatória.

 

A nova substância já foi patenteada no Brasil e está em processo de registro em outros países como China, Japão, Inglaterra e EUA. O próximo passo será a produção de remédios a partir da droga pela indústria farmacêutica. Um laboratório já se interessou e prepara testes. O processo de elaboração do medicamento deve durar três anos.

 

– Pesquiso esse peixe há 14 anos e há quatro analisava os componentes que compõem o veneno do animal. E encontramos um aminoácido que tinha um efeito anti-inflamatório. Algo muito bom porque os incidentes com o veneno deste peixe são inchaços, edemas, dor e necrose. Então, após esta surpresa, decidimos estudar seu efeito na asma. E deu certo – comemora a pesquisadora.

 

Após vários testes, a pesquisa apontou que a nova substância pode ser usada em forma de comprimido ou em inaladores. A dosagem necessária para tirar o paciente da crise de asma ou usada na manutenção da doença também deverá ser menor que a dosagem de corticoide. No Brasil, há cerca de 15 milhões de pessoas com asma, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Jaqueline Falcão – O Globo

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