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Esterco de animais vira energia no Paraná

Rejeitos produzidos na criação de suínos e aves estão sendo usados como biogás por usinas do oeste do estado

Produtores do Oeste do Paraná estão aprendendo a dar um fim mais nobre aos rejeitos produzidos na criação de suínos e aves, como o esterco. Em vez de tratá-los ou simplesmente jogá-los no rio, eles estão sendo usados como matéria-prima para a geração de energia em usinas a biogás.

Dessa forma, evitam a emissão de metano, um dos gases mais danosos ao efeito estufa, e ainda complementam sua renda, com a venda de energia excedente à concessionária local, a Copel.

Atualmente, há oito usinas – com capacidade de 0,5 Megawatt (MW) em média – na região. Por seu benefício ambiental, o projeto, liderado pela Coordenadoria de Energias Renováveis de Itaipu, foi incorporado á proposta brasileira de redução de emissões de gases causadores do aquecimento global apresentada na 16ª Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-16), realizada em Cancún.

A ideia é estendê-lo para todo o Sul do país, de modo a ajudar o governo brasileiro a cumprir seu compromisso de diminuir em um bilhão de toneladas as emissões de CO2 equivalente projetadas para 2020. O setor agropecuário responde por 22% das emissões hoje.

As oito microtermelétricas a biogás – na prática, usinas de cocô – fazem parte do esforço de Itaipu para reduzir a proliferação de algas no Rio São Francisco Verdadeiro, o principal rio que abastece o reservatório da usina.

Hoje, a imagem que se tem do rio, que forma a Bacia Hidrográfica Paraná III, onde está concentrada a produção agrícola e pecuária do estado, é de uma imensa mancha verde. Isso acontece porque os rejeitos lançados no rio – inclusive fezes e fertilizantes químicos – favorecem a multiplicação de algas, que se depositam no fundo e se decompõem, produzindo o gás metano, 21 vezes mais danoso para o efeito estufa que o gás carbônico.

(Danielle NogueiraO Globo)

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