IPEVS

Inpa recebe primeiro peixe-boi resgatado em 2011

E a história se repete. Um peixe-boi foi encontrado nadando sozinho à margem do rio. E a mãe? Alguém viu? Ninguém sabe responder. Primeiro dia útil do ano, mais um filhote condenado a crescer fora de seu ambiente natural sem os cuidados da mãe.

O relato do catraieiro Elias Gomes Lima que encontrou o animal foi comovente. Muito emocionado, ele disse nunca ter visto um peixe-boi na vida, por isso talvez ele labutava em seu lugar. O trabalhador de 25 anos, junto com seus companheiros de serviço, limpavam os braços do rio cheios de plantas aquáticas, fenômeno na Amazônia conhecido como “Tapagem”, quando avistaram o filhote.

Esse fenômeno existe em regiões onde a população da espécie está reduzida. O peixe-boi tem um papel importante para o equilíbrio do ecossistema, como é um animal herbívoro, alimenta-se de plantas aquáticas, portanto, evita que as plantas se acumulem no rio, permitindo a passagem de canoas.

Em 2010, 13 filhotes foram resgatados pela Associação Amigos do Peixe-boi – Ampa, que atua em convênio com o Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – LMA/Inpa e é patrocinada pela Petrobras. Foram 13 animais que perderam temporariamente sua função no ecossistema, pois são candidatos a retornar à natureza, por meio do Programa de Reintrodução de Peixes-bois da Amazônia Criados em Cativeiro, realizado pela Ampa e Inpa.

“O nosso objetivo não é colecionar exemplares da espécie. Nós recomendamos que quando um filhote de peixe-boi for avistado sozinho; que a pessoa possa observar por alguns minutos se a mãe está por perto. Se ele de fato estiver sozinho, aí sim, entrar em contato com os órgãos ligados ao meio ambiente para fazer o mais rápido possível o resgate. Caso contrário, orientamos que devolva o animal imediatamente para a natureza para que ele possa exercer sua função no ecossistema”, ressalta o diretor da Ampa, Jone César Silva.

A filhote fêmea, encontrada na segunda-feira (3), no interior do Estado do Amazonas, na comunidade do Cacau-Pirêra, vinculado ao município de Iranduba (distante 25 quilômetros de Manaus) e encaminhada ao Inpa pela Patrulha Ambiental recebe os primeiros cuidados dos Amigos do Peixe-boi. Já se alimentou e está em período de quarentena para se adaptar ao cativeiro.

Fonte: Inpa

Deixe um comentário