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3ª Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente aponta responsabilidades ambientais à comissão do Senado

Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, evento foi um diferencial e por isso mais de 40 países atuaram como observadores

Cuidar do Brasil e mobilizar a população brasileira para as mudanças ambientais globais são as principais responsabilidades dos jovens que participaram da 3ª Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente. Os cinco dias de debate e atividades resultaram numa carta entregue nesta terça-feira (7) à Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal.

No documento, as crianças e adolescente se comprometem a defender o meio ambiente e, para isso, pedem ajuda ao poder público, aos movimentos sociais, às escolas e à comunidade. “Nós, jovens brasileiros, estamos unidos e contribuindo para cuidar do planeta. Esse é o nosso compromisso”.

Para a senadora Marina Silva (PT-AC), criadora da convenção, os jovens estão mostrando que se engajaram com seriedade na causa ambiental. “Isso é para nos constranger eticamente. Eles, com poucos poderes e com poucas ferramentas, são capazes de assumir compromissos tão ousados”, disse.

A consciência dos jovens sobre a preservação ambiental foi destacada pelo 1º vice-presidente do Senado, Marconi Perilo. “A carta de responsabilidade que recebemos hoje define bem o padrão de consciência crítica das crianças brasileiras em relação a nosso presente e ao nosso futuro”, afirmou.

O presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, senador Renato Casagrande (PSB-ES), disse que a cultura ambiental precisa mudar para uma maior participação da sociedade na defesa do meio ambiente. “É fundamental que nós possamos compreender que só é possível fazermos uma alteração na caminhada que nós estamos percorrendo no mundo, se nós tivermos o envolvimento da comunidade”, disse.

A carta entregue aos parlamentares também será lida nos plenários do Senado e da Câmara, além de divulgada nas comissões do Congresso. Segundo a presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, deputada Maria do Rosário (PT-RS), essa também é uma maneira de colocar as responsabilidades da carta em prática. “Nós entendemos a mensagem de vocês, e o que temos que fazer com os resultados da 3ª conferência é realmente colocá-los em prática”, afirmou.

Perspectivas

A 3ª Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente fortaleceu a luta pela preservação ambiental em escala global. O encerramento do evento, realizado nesta terça-feira (7) em Brasília, reuniu cerca de 700 crianças e adolescentes de todo o país e motivou a criação de uma conferência internacional que deve ocorrer em junho de 2010.

De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, que esteve presente ao encerramento da conferência, o evento foi um diferencial e por isso mais de 40 países atuaram como observadores.

“Nós temos uma perspectiva de mobilizar a comunidade internacional promovendo a mobilização desse aspecto tão relevante da vida moderna que é o meio ambiente”, disse.

Para Haddad, a educação ambiental deve começar cedopara gerar uma cultura de preservação ambiental na sociedade. “Depois é mais difícil corrigir para a pessoa já formada, sem essa noção da importância da sustentabilidade ecológica para a vida da humanidade”, afirmou.

Durante a conferência, os jovens entregaram a Carta de Responsabilidades para o Enfrentamento das Mudanças Ambientais Globais a representantes do governo. O documento não apresenta reivindicações, mas um conjunto de responsabilidades formuladas pelos jovens que participaram da conferência.

Para a coordenadora geral do evento, Rachel Trajbel, as autoridades devem assumir a sua co-responsabilidade das ações de preservação ecológica. “O que nos cerca não são direitos nem deveres, mas responsabilidades pela sustentabilidade da vida no planeta”, disse.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, também participou da conferência e afirmou que instituições como o Ibama e o Instituto Chico Mendes sozinhos não são suficientes para defender o meio ambiente, é necessário que as pessoas também colaborem. “A educação ambiental é mudança de comportamento”, afirmou.

Para Elci Carvalho, coordenadora da delegação do estado do Amapá, a conferência mostrou que os jovens estão cheios de vontade de cuidar do planeta. “Essa experiência para os nossos alunos, que são o foco do processo, é maravilhosa”, disse.

As crianças e adolescentes aproveitaram bem os cinco dias de debates e oficinas. De acordo com Mariana dos Santos, 14 anos, que representa o estado do Amazonas, o encontro foi uma oportunidade única. “Principalmente para nós jovens que queremos realmente cuidar do Brasil, do nosso meio ambiente e do planeta”, disse.

Para o representante do estado de Minas Gerais, Henrique Batista, 14 anos, a conferência foi um aprendizado e que vai repassar para os colegas tudo que aprendeu. “Nós estamos nos comprometendo a realizar ações. Isso é muito importante, porque a gente pode incentivar outras pessoas a terem esse compromisso com o meio ambiente”, afirmou.
(Agência Brasil)

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