IPEVS

Lanches de visitantes atrapalham dieta de quatis em parque de BH

Segundo bióloga, animais têm comido doces e salgadinhos.
Pesquisadores acompanham rotina de quatis por meio de microchips.

A aproximação entre a população de quatis do Parque das Mangabeiras, em Belo Horizonte, e os visitantes tem preocupado biólogos. Os animais têm deixado de comer alimentos naturais da espécie para se alimentar de salgadinhos e doces doados por turistas. “A probabilidade de fazer mal é grande porque os salgadinhos já fazem mal pra gente, imagina para o quati que é animal silvestre”, diz a bióloga Nadja Simbera. Segundo a especialista, a dieta da espécie é composta por frutas e outros animais.

Biólogos da Universidade Federal de Minas Gerais pesquisam os hábitos do animal. “A gente captura e coloca uma marcação e sempre mede a proporção de indivíduos”. Segundo ela, a rotina dos quatis é acompanhada por meio de microchips. “Quando a gente captura o animal, a gente coleta amostras, faz estudos genéticos e a gente tem informações de cada animal num banco de dados e faz um acompanhamento para saber como está o crescimento deles”, completa Nadja Simbera. De acordo com a bióloga, cerca de 120 quatis habitam o parque.

A alimentação inadequada dos quatis também prejudica a natureza, de acordo com a bióloga. “Tem sementes que só vão germinar se passarem no trato digestivo dos quatis. Se eles se alimentam de comida humana vão deixar de comer frutos da mata e, assim, deixam de cumprir um papel ecológico que é dispersar as sementes e ajudar na regeneração da mata”, diz.

Para inibir os danos causados pela doação de alimentos por visitantes, o Parque Zoológico de Belo Horizonte suspendeu a venda de salgadinhos industrializados a partir do dia 19 de maio. De acordo com informações da bióloga, para combater a doação de alimentos para os quatis, o Parque das Mangabeiras informa a proibição por meio de cartazes. Segundo ela, o próximo passo do projeto é conscientizar as pessoas para que elas não alimentem os quatis. “Mesmo sendo frutas, não estão fazendo bem. Aqui é o lugar deles e as pessoas estão vindo visitar a casa deles. Então, as pessoas têm que respeitar, usando o parque da melhor forma e respeitando os hábitos da espécie e o papel ecológico dela”, completa.

O segurança do parque Helênio da Graça conta que os animais chamam a atenção. “O pessoal fica maravilhado. Quem não conhece pergunta: é um tamanduá? Eu digo: não é tamanduá; é um quati”. Mas, ele alerta que os animais são ariscos. “É muito perigoso porque a criança chega perto, mesmo o adulto, vai por a mão e eles mordem. A pessoa acha que eles são bonitinhos, delicados, mas é risco porque eles mordem”, completa.

Fonte: G1, MG

Deixe um comentário