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Desmatamento do cerrado tem queda de 15%, aponta ministério

Área desmatada em 2009-2010 foi de 6.469 km²; em 2008-2009, 7.637 km².
Agropecuária, carvão e urbanização foram principais causas, diz ministra.

O cerrado brasileiro teve uma área desmatada de 6.469 quilômetros quadrados entre 2009 e 2010, informou nesta terça-feira (13) a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. O número equivale a uma redução de 15,3% em relação à medição anterior (2008-2009), quando o bioma perdeu 7.637 quilômetros quadrados de área.

Em números absolutos, o estado que mais desmatou foi o Maranhão, com uma área de 1.587 quilômetros quadrados. Percentualmente, o Piauí foi o estado com maior perda de área – 979 quilômetros quadrados, ou 1,05% da área de cerrado do estado.

“Não sabemos ainda por que está diminuindo, nós temos que qualificar essa informação. É importante mostrar que, em alguns estados, o desmatamento está acontecendo em áreas secundárias, áreas que já foram degradadas no passado e que estavam em regeneração”, comentou a ministra.

O cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, com uma área de 2.039.386 quilômetros quadrados espalhada em 11 estados e o Distrito Federal.

Desmatamento do cerro tem queda de 15%, aponta Ministério do Meio Ambiente (Foto: Rafaela Céo/G1)
Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixiera, apresenta dados de desmatamento do cerrado (Foto: Rafaela Céo/G1)

Segundo a ministra Izabella Teixeira, a pressão econômica sobre o cerrado continua sendo a principal causa para a degradação do bioma. “Os vetores típicos estão presentes e eles são a agricultura, pecuária, carvão e urbanização. Não podemos esquecer que as cidades crescem e crescem nessas áreas”, afirmou.

Para a ministra a redução no ritmo da devastação se deve a mais sofisticação na fiscalização. “Ela está mais sofisticada por causa dos dados de monitoramento, que permitem um planejamento mais dirigido e, do uso da inteligência. A fiscalização não está só correndo atrás do prejuízo. Ela consegue quebrar a coluna econômica do crime”, indica a ministra.

De janeiro a agosto deste ano o Ibama aplicou 517 autos de infração relacionados à destruição da flora do cerrado. Mais de R$ 142 milhões em multas foram aplicados em 140 municípios.

Queimadas
A ministra Izabella Teixeira informou que 322,8 mil hectares em unidades de conservação federais já queimaram em 2011. Em 2010, um ano muito crítico, segundo a responsável pela pasta do meio ambiente, o fogo alcançou mais de 1,6 milhão de hectares de áreas protegidas.

De acordo com ela, nesta seca, 11 unidades de conservação federais foram atingidas por incêndios. Deste total, a suspeita é de que 6 a 8 situações tenham sido provocadas pelo homem de forma criminosa.

“Se há uma boa notícia sobre as queimadas, é que reduzimos em praticamente um sexto da área queimada em unidades de conservação em comparação com o ano passado”, destaca a ministra.

O caso mais grave de queimada está na Floresta Nacional de Brasília (Flona), que teve 75% de uma de suas quatro áreas destruídas pelo fogo. O fogo na Floresta Nacional de Brasília começou na última quinta-feira (8). Criada há 12 anos, floresta tem 9.351 hectares e é dividida em quatro partes. A principal área é a de número 1, cerca de 4 mil hectares e maior quantidade de remanescentes de fauna e flora do cerrado.

O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Mello, contou que, apesar de não ter sido encontrado artefato usado para provocar o incêndio na Floresta Nacional de Brasília, a ação foi criminosa. “Na Flona, nosso pessoal perseguiu as pessoas após elas colocarem fogo num determinado local.”

Mapa do desmatamento no bioma cerrado - Em vermelho, áreas devastadas até 2010; em rosa, áreas devastadas até 2009; em verde, remanescentes da flora do cerrado; em azul, corpos d'água. (Foto: Divulgação/Ministério do Meio Ambiente)
Mapa do desmatamento no bioma cerrado - Em vermelho, áreas devastadas até 2010; em rosa, áreas devastadas até 2009; em verde, remanescentes da flora do cerrado; em azul, corpos d'água. (Foto: Divulgação/Ministério do Meio Ambiente)

 

Fonte: Rafaela Céo, G1, DF

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