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Indonésia tenta conter comércio ilegal de pangolins e sua extinção

Carne e escamas da espécie são contrabandeadas para a China.
Ambientalistas dizem que leis do país são fracas para crimes ambientais.

Autoridades da Indonésia tentam combater a ocorrência de tráfico de animais cada vez mais intensa entre Jacarta, a capital do país, para cidades da China. Uma das principais vítimas deste crime é o pangolim, cuja carne e escamas que tem sido contrabandeada para os chineses, que aplicam tais produtos na culinária e na fabricação de medicamentos artesanais.

Pouco estudado e considerada uma espécie ícone, os pangolins são encontrados na Ásia e África. Eles são controladores naturais de pragas, engolindo formigas e cupins.

Os chineses acreditam que o animal pode curar uma série de doenças e aumentar a potência sexual. Por conta disto, a população da espécie reduziu drasticamente e hoje são encontradas apenas em poucas regiões da Indonésia, Filipinas, além de partes da Malásia e Índia.

“Estamos assistindo uma espécie desaparecer”, afirma o ambientalista Chris Shepard, que monitora o tráfico de animais selvagens na Ásia há duas décadas. Ele diz que é necessário aumentar em cem vezes os esforços para salvar o pangolim.

Imagem de outubro de 2010 mostra a apreensão de pangolins em uma casa na Tailândia (Foto: AP)
Imagem de outubro de 2010 mostra a apreensão de pangolins em uma casa na Tailândia (Foto: AP)

Dificuldades
Em julho, oito toneladas de carne e escamas, estimados em US$ 269 mil, foram encontrados em 20 caixas de papelão no aeroporto de Jacarta, prontos para o envio à China. Quatro pessoas foram presas. “Estamos tentando ganhar a guerra”, afirmou Raffles Brotestes Panjaitan, oficial da polícia ambiental do país.

Entretanto, ele lista uma série de desafios contra esta prática: pobreza, corrupção, além de uma força policial inadequada aliada à cooperação internacional fraca.

O comércio desta espécie foi proibido em 2002, por meio da Convenção Internacional sobre espécies ameaçadas. Apesar da legislação, o crime continua sendo cometido por caçadores rurais, incluindo os trabalhadores nas plantações da Indonésia.

Filhote da espécie recebe alimento em zoológico de Bangcoc, na Tailândia (Foto: AP)
Filhote da espécie recebe alimento em zoológico de Bangcoc, na Tailândia (Foto: AP)

Penas leves
“Tudo está contra eles, que não têm dentes e sua única defesa é se enrolar como uma bola, usando suas escamas como proteção”, disse Shepherd. Sob estresse, esses animais podem desenvolver úlceras, que os levam à morte.

Além da China, Vietnã e Coreia do Sul também figuram na lista das encomendas ilegais.
Se comparados aos lucros obtidos pela venda dos animais, as penas para o tráfico são baixas. Um pangolim inteiro poderia ser comprado na Indonésia por US$. Entretanto, dependendo do tamanho do animal, o preço poderia subir para US$ 275. Já as escamas eram arrematadas por até US$ 750 o quilo na China

De acordo com o governo da Indonésia, as penas para crimes ambientais deverão ser endurecidas. Embora as apreensões e prisões de pequenos contrabandistas tenham aumentado substancialmente, quase nenhum dos principais compradores foram colocados atrás das grades.

Nesta foto de dezembro de 2009, oficiais do governo da Indonésia incineram mais de 700 kg de carne de Pangolim confiscados em uma cidade do país (Foto: AP)
Nesta foto de dezembro de 2009, oficiais do governo da Indonésia incineram mais de 700 kg de carne de Pangolim confiscados em uma cidade do país (Foto: AP)

Fonte: Do Globo Natureza, com agências internacionais

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