Para Ban Ki-moon, políticas públicas podem deter o crescimento dos desertos

A desertificação ganha terreno no mundo, mas não é uma fatalidade e pode ser revertida de acordo com a política adotada pelos governos, afirmou nesta terça-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em reunião durante a Assembleia Geral anual das Nações Unidas, realizada em Nova York.
“Por que permitir a deterioração destas terras áridas?”, questionou o secretário-geral da ONU em seu discurso. “Tomemos hoje a iniciativa de reverter a tendência. Contrariamente a uma percepção muito disseminada, nem todas as terras áridas são estéreis”, disse Ban Ki-moon. “Uma ação oportuna da nossa parte pode liberar estas riquezas e aportar soluções”, acrescentou o chefe da ONU.
Em seu discurso, Ban Ki-Moon apresentou certos casos bem-sucedidos, entre eles a restauração de antigos terraços nos Andes do Peru ou a plantação de árvores para conter o avanço das dunas do Saara. “Há exemplos em todos os continentes de governos que revertem a tendência à desertificação e melhoram a produtividade das terras”, disse Ban.
Segurança alimentar — Cerca de 40% das terras do mundo são áridas ou semi-áridas. A cada ano são perdidos 12 milhões de hectares de terras produtivas, segundo a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (CNUCD). Dois bilhões de pessoas dependem destes solos para a sua subsistência. A cada minuto são perdidos 23 hectares de terras produtivas por causa da degradação, uma superfície que daria para produzir 20 milhões de toneladas de cereais, segundo a CNUD.
O presidente da Assembleia Geral da ONU, Nassir Abdulaziz Al-Nasser, insistiu no fato de que a desertificação traz à tona a questão da segurança alimentar, de que é exemplo o leste da África. “O custo humano e econômico da desertificação é enorme”, advertiu.
Segundo a ONU, a questão da desertificação abarca o desaparecimento de terras onde as populações tinham a capacidade de plantar ou criar gado e que se tornaram áreas áridas. São regiões onde vivem 2,3 bilhões de pessoas de quase 100 países.
Fonte: Veja Ciência