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Polêmicas ambientais não interferem na imagem do Brasil, diz embaixador

Público internacional percebe reação do governo, diz André Corrêa do Lago. 
Negociador-chefe do Brasil na COP 17 concedeu entrevista ao G1 em Durban

O negociador-chefe do Brasil na COP 17, André Corrêa do Lago, disse ao G1 na abertura da conferência realizada em Durban, na África do Sul, que as recentes discussões ambientais que o país enfrenta não interferem na imagem do país perante outras nações, nem na posição assumida na Cúpula Climática da Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo ele, polêmicas como a construção da usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, o derramamento de óleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, e o processo de aprovação do novo Código Florestal tiveram reações imediatas do governo e um debate com a sociedade. “O público internacional percebe como o Brasil reage aos problemas”, afirma.

O embaixador comenta ainda sobre as negociações climáticas iniciadas em Durban e que prosseguirão até o próximo dia 9 de dezembro. Confira vídeo http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/11/polemicas-ambientais-nao-interferem-na-imagem-do-brasil-diz-embaixador.html

Apelo para evolução nas negociações
Delegados de mais de 190 países terão de avançar nos acordos firmados na última reunião, em Cancún. Em discurso proferido na abertura do encontro, nesta segunda-feira (28) o presidente sul-africano, Jacob Zuma, destacou os dois principais pontos a serem definidos: o funcionamento do “fundo verde”, por meio do qual os países ricos deverão ajudar os pobres a enfrentarem o aquecimento global, e um segundo período do Protocolo de Kyoto, acordo pelo qual países desenvolvidos se comprometem a reduzir suas emissões de gases-estufa, que expira em 2012.

“Com uma liderança competente, nada é impossível aqui em Durban”, disse o presidente sul-africano. Apesar do tom moderado, o líder lembrou a todos as consequências desastrosas das mudanças climáticas previstas para muitos países em desenvolvimento.

“A agricultura em vários países africanos pode cair até 50% até 2050, o que pode causar sérios problemas de fome”, disse.

O Brasil integra o bloco G77+China (que, além do país asiático, inclui países em desenvolvimento) e vai apoiar o que esse grupo decidir consensualmente. Entre as nações representadas estão, por exemplo, as africanas e os pequenos países insulares que podem desaparecer se o nível do mar subir muito.

Nações em desenvolvimento têm que fazer mais
A Europa fala de um segundo período do Protocolo de Kyoto, mas dentro de um plano para um novo acordo vinculante mais abrangente, que inclua também as nações em desenvolvimento, para ser negociado até 2015, com validade prazo de ratificação interna em cada país até 2020. Seria uma novo “mapa” de negociação, como dizem os diplomatas.

“Precisamos fortalecer Kyoto”, disse nesta segunda-feira (28) o negociador que representa a presidência temporária polonesa da União Europeia na COP 17, Thomasz Chruszczow.

Os EUA, que não têm compromisso para reduzir suas emissões, também voltaram a questionar a adesão dos emergentes a um acordo vinculante de longo prazo, para 2050, por exemplo. O negociador dos EUA, Jonathan Pershing, disse que trabalhar com o panorama de 2020 dá a falsa impressão que um plano implementado até lá resolverá o problema das mudanças climáticas e ressaltou como fundamental a inclusão de todos.

“Um acordo vinculante para depois de 2020 só é possível se “envolver todos os ‘players’ relevantes’”, disse – um recado principalmente para a China, que desbancou recentemente os americanos como o maior emissor de gases-estufa , mas também a outros países, como o Brasil.

 

Fonte: Dennis Barbosa, Globo Natureza

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