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‘Sobrou apenas 1 jacaré’, diz dono de criadouro inundado por rio no ES

O proprietário dos 223 jacarés-do-papo-amarelo que fugiram para lagoas do Norte do Espírito Santo, disse que os animais eram criados para a comercialização. Ele afirmou que os jacarés fugiram há 20 dias e só descobriu nesta semana. “Era um projeto de criação comercial. Criava os jacarés para vender a carne e comercializar o couro do animal”, contou João Aílton D’Alcol.

A propriedade onde os jacarés eram criados fica na comunidade do Guaxe em Linhares. Segundo D’Alcol, os bichos fugiram por causa da cheia do Rio Doce, no início de janeiro. Ele só percebeu que os criadouros estavam vazios no início da semana. “Todos eram filhotes e sobrou apenas um jacaré aqui no meu criadouro”, contou.

O biólogo da Secretaria de Meio Ambiente de Linhares, Fabrício Borghi Folli, disse que os jacarés podem ter ido para a lagoa Juparanã, muito frequentada por turistas no verão. “Os jacarés podem ter continuado na propriedade ou podem ter ido para a lagoa. Eles devem estar escondidos em regiões de vegetação, brejosa e pantanosa”, disse o biólogo.

Multa – O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que o fato não causará dano ambiental, nem perigo aos banhistas. O Ibama informou que ainda não foi comunicado pelo dono dos jacarés da fuga dos animais do criadouro, que aconteceu há 20 dias, durante uma enchente na região. Segundo o órgão, se for constatada negligência, o responsável pode ser multado em R$ 500 por animal, o que daria, aproximadamente, uma multa de R$ 100 mil.

Uma equipe de biólogos da Secretaria de Meio Ambiente de Linhares foi ao local para iniciar os trabalhos de mapeamento e avaliar a situação.

Risco ambiental – Gustavo Castro Athayde, analista ambiental do Ibama, disse que não há nenhum risco para a população. “Em geral, os jacarés-do-papo-amarelo são pequenos e veem os seres humanos como uma ameaça. Além disso, já existem jacarés adultos nessas lagoas e nunca ouvi um relato de ataque em Linhares”, enfatizou o analista ambiental.

Ele ainda informou que o impacto ambiental será mínimo, pois as lagoas da região são interligadas e têm conexão com o Rio Doce. “Com isso, os animais tem mais possibilidade de se espalharem e o impacto ao meio ambiente é bem menor”, afirmou Castro.

Caça – De acordo com Gustavo Castro Athayde, a maior preocupação do Ibama é com a caça. Segundo ele, a carne do jacaré do papo amarelo é muito apreciada e o animal acaba sendo vítima dos caçadores da região.

Fonte: G1

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