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Crise internacional pode prejudicar debates da Rio+20, diz ONU

Governo diz que 79 chefes de estados e delegações confirmaram presença.
Cúpula mundial vai discutir, em junho, metas para economia verde.

O secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira (Foto: Wilson Dias / Ag. Brasil)
O secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira (Foto: Wilson Dias / Ag. Brasil)

O secretário-geral das Nações Unidas para a Rio+20, Sha Zukang, afirmou nesta sexta-feira (9) que precisa haver “comprometimento” dos líderes mundiais para garantir os resultados da Cúpula de Desenvolvimento Sustentável que acontece em junho no Brasil.

Zukang teme que a crise internacional e o período eleitoral em alguns países atrapalhem a fixação de metas para uma economia verde no planeta.

“Nós ainda não conseguimos nos livrar da sombra da crise financeira. Apesar da crise, os países desenvolvidos têm sido generosos com países em desenvolvimento, mas agora eles estão com problemas internos, na Europa principalmente”, reconheceu Zukang.

O representante da ONU se reuniu na manhã desta sexta com a ministra do Meio Ambiente,Izabella Teixeira, para discutir detalhes da organização do evento. Segundo eles, o período eleitoral em vários países importantes, como Estados Unidos, China e França, pode gerar dificuldades de engajamento, principalmente, nas reuniões preparatórias.

“Infelizmente, em anos de eleições os lideres só estão ocupados com este tema e não tratam de outros assuntos”, afirmou o secretário da ONU.

Embora a preocupação de chefes de estado esteja mais centrada em temas internos devido às eleições, a ministra diz não temer um esvaziamento do evento por causa da disputa eleitoral.

Segundo Izabella Teixeira, 79 delegações e chefes de estado já confirmaram presença na Rio+20. A ministra, no entanto, não citou os países que agendaram o compromisso. “Não é uma conferência de retórica, é uma conferencia para agirmos”, disse.

O representante da ONU comentou as críticas feitas pelo secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, sobre a organização da Copa do Mundo de 2014 e afirmou confiar na capacidade do Brasil de fazer grandes eventos.

“Quando você tem um país que organiza três eventos, ter criticas é natural. O Brasil é um país muito grande e vai dar conta desses eventos”, disse Sha Zukang.

“A Rio+20 é uma das agendas mais importantes da ONU nas palavras do secretário [geral da ONU] Ban Ki-moon. Toda a comunidade internacional espera esta liderança do Brasil”, afirmou.

À noite, em evento no Ministério das Relações Exteriores, o ministro Antonio Patriota disse que o representante da ONU reconheceu os investimentos feitos pelo Brasil para sediar o encontro.

“O secretário-geral da conferência reconheceu a mobilização de recursos políticos, humanos e materiais sem precedentes do Brasil para a organização da conferência. Ele fez questão de enfatizar a questão do engajamento político sustentável, a questão da economia verde […] Todas as intervencões abordam questões de organização da conferência e conteúdo. Há toda uma articulação política, e, com isso, creio que nos posicionamos de maneira melhor sintonizada para apresentar uma posição de vanguarda para a elaboração do documento final da Rio+20”, afirmou o ministro.

Segundo a ministra do Meio Ambiente, todas as colaborações durante o encontro vão auxiliar o Brasil a construir o documento final. “Houve um reconhecimento do papel da comissão , houve um reconhecimento de vários membros sobre o papel estratégico que a comissão tem desempenhado.”

 

Fonte: Débora Santos e Iara Lemos, G1, Brasília

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