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Brasil e emergentes puxam ascensão da energia eólica, diz relatório

Brasil lidera no Cone Sul e será responsável pelo crescimento na região.
Indústria global vai instalar mais de 46 gigawatts de capacidade neste ano.

A indústria de energia eólica global vai instalar mais de 46 GW (gigawatts) de nova capacidade em 2012, dado que faz parte da previsão de crescimento da indústria eólica mundial para os próximos cinco anos.

Até o final de 2016, a capacidade total de energia eólica mundial será pouco menor do que 500 GW, diante de um mercado anual de cerca de 60 GW previsto para esse período. Os dados foram divulgados nessa semana no relatório anual do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês).

De acordo com dados do relatório Global Wind Report 2011, o Brasil vem se estabelecendo como grande mercado internacional, já dominando o latino-americano. Com uma forte base industrial, o país é considerado capaz de abastecer o Cone Sul, e será responsável, em vasta maioria, pelo crescimento regional até 2016.

As instalações totais para o período 2012-2016 devem chegar a 255 GW, com um crescimento cumulativo médio do mercado um pouco abaixo de 16%.

“Para os próximos cinco anos, o crescimento anual do mercado será impulsionado principalmente pela Índia e pelo Brasil, com significativas contribuições de novos mercados na América Latina, África e Ásia”, afirmou Steve Sawyer, secretário-geral GWEC.

“O Brasil está entre as quatro nações do mundo que mais cresce no setor eólico, ficando atrás somente de China, Estados Unidos e Índia. Em 2015 seremos o 10° maior produtor de energia eólica do mundo. Atualmente, nossa capacidade instalada é de 1.471 MW e nosso potencial gira em torno de 300 GW. Temos um futuro promissor e ainda há muito espaço para crescimento”, destaca Lauro Fiúza Junior, vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), empresa que repassou informações para a produção do relatório.

Mercados asiáticos e europeu
A Ásia continuará a ser o maior mercado do mundo com muito mais novas instalações do que qualquer outra região, instalando 118 GW entre agora e 2016, e superando a Europa como o líder mundial em capacidade instalada acumulada em algum momento durante 2013, segundo o relatório.

Depois de quase uma década de um crescimento de dois e três dígitos, o mercado chinês finalmente se estabilizou, e permanecerá nos níveis atuais pelos próximos anos. Pela primeira vez, em 2011, a Índia alcançou um mercado anual de 3 GW e deverá atingir 5 GW até 2015. Já o futuro do sistema de energia do Japão, com a rejeição quase universal da energia nuclear após a tragédia tripla em 11 de Março 2011, dá esperanças para um novo começo para a indústria eólica no País, de acordo com o relatório.

O mercado europeu se mantém estável e, considerando o quadro político e metas da Europa até 2020, é pouco provável que aconteçam grandes surpresas. A Alemanha teve um forte ano em 2011 e a decisão do governo de eliminar progressivamente toda a energia nuclear até 2020 dá à indústria um novo impulso.

Já a Espanha teve um ano ruim, o que deve se repetir em 2012. No entanto, Romênia, Polônia, Turquia e Suécia continuaram a desempenhar seus papéis dentro do cenário de crescimento, segundo o relatório GWEC.

Usinas eólicas instaladas no Rio Grande do Sul (Foto: Divulgação/ABEEólica)
Usinas eólicas instaladas no Rio Grande do Sul (Foto: Divulgação/ABEEólica)

Fonte: Globo Natureza

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