IPEVS

Buraco na camada de ozônio é o segundo menor em 20 anos

Segundo pesquisadores, a redução é consequência das temperaturas mais altas registradas na estratosfera em 2012

Pesquisadores da Agência Americana Oceanográfica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) anunciaram nesta quarta-feira que o buraco na camada de ozônio registrado em 2012 é o segundo menor dos últimos 20 anos. O buraco se forma anualmente entre setembro e outubro sobre a Antártida, e este ano teve um tamanho médio de 17,9 milhões de quilômetros quadrados.

Os pesquisadores afirmam que o tamanho menor se deve às temperatuas mais altas registradas no planeta durante este ano. “As temperaturas foram um pouco mais quentes na alta atmosfera, sobre a Antártida, o que permitiu uma destruição menor do ozônio em comparação com o ano passado”, explicou Jim Butler, do laboratório de pesquisas sobre o sistema terrestre da NOAA.

O buraco na camada de ozônio alcançou seu tamanho máximo este ano no dia 22 de setembro, atingindo 21,2 milhões de quilômetros quadrados, equivalente à superfície dos Estados Unidos, Canadá e México juntos. Comparativamente, o maior buraco registrado teve extensão de 29,9 milhões de quilômetros quadrados, e foi medido no ano 2000.

buraco
O buraco na camada de ozônio atingiu seu maior tamanho em 2012 no dia 22 de setembro, quando chegou a medir 21,2 milhões de quilômetros quadrados

Histórico — O ozônio é uma molécula composta de três átomos de oxigênio que se forma na alta atmosfera, onde ajuda a filtrar os raios ultravioleta do sol. Se não forem bloqueados, esses raios podem danificar a vegetação e provocar câncer de pele.

O buraco nessa camada começou a se formar devido aos componentes liberados pelos clorofluocarbonos (CFC) usados pelo homem nos sistemas de refrigeração e aerossóis desde a década de 1920. Com o passar dos anos, a produção de CFC foi reduzida para praticamente zero, graças a um protocolo internacional firmado em 1987, em Montreal, no Canadá. Estas substâncias, no entanto, persistem muito tempo na atmosfera. E seu efeito é ainda mais danoso quando o clima está mais frio, já que as condições atmosféricas favorecem o acúmulo de CFC sobre a Antártida.

Apesar da aplicação do Protocolo de Montreal há mais de duas décadas, os cientistas preveem que será necessário esperar mais dez anos antes que a camada comece a se regenerar. Segundos os cálculos, ela só vai recuperar seu tamanho original a partir de 2060.

 

 

 

A camada de ozônio protege a superfície da Terra da radiação ultravioleta emitida pelos raios solares
O buraco na camada de ozônio se forma todos os anos entre os meses de setembro e outubro sobre a Antártida (ThinkStock)

Fonte: Veja Ciência

 

Deixe um comentário