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Paraná lança operação para proteger a fauna e a flora do Parque Iguaçu

Uma das mais ricas diversidades de fauna do mundo, localizada no Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, está ganhando reforço para a sua proteção. Na quinta-feira (15), o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues; e o diretor do Parque Nacional do Iguaçu, Jorge Pergoraro, e o capitão do Batalhão de Polícia Ambiental Força Verde, Adílson Luis Correa dos Santos, lançaram a Operação Caápua, de proteção à Fauna e Flora que beneficiará todo o Parque Nacional e seu entorno.

O Parque Nacional do Iguaçu possui 185 mil hectares de um imponente complexo florestal. É a maior área natural protegida no domínio da Mata Atlântica e um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo. Entre os principais crimes constatados na região estão o corte ilegal de palmito jussara e a caça predatória.

De acordo com Rasca Rodrigues, uma aeronave do Governo foi deslocada para Foz exclusivamente para a fiscalização ambiental na aérea. A operação será coordenada pela 4ª Companhia do Batalhão de Polícia Ambiental – instalada nas mediações do Parque. As incursões serão diárias e terão o objetivo de coibir, principalmente, a caça ilegal, tráfico de animais e a pesca predatória.

A operação Caápua, já lançada no Litoral, em Curitiba e Londrina, recebeu o nome indígena que na língua Tupi-Guarani significa ‘aquele que vive na mata’.

O comandante do Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde, coronel Rosa Neto, não pode estar presente à solenidade e enviou uma mensagem, informando os novos números de apreensões já realizadas pela Operação, nos últimos três meses. Ao todo, foram 116 pessoas detidas, 173 armas apreendidas, 1601 munições, 580 aves, 125 animais silvestres recuperados e devolvidos à natureza e 490 quilos de peixes apreendidos.

O gerente do Parque Nacional do Iguaçu, Jorge Pergoraro, lembrou que a parceria entre o IBAMA e a Polícia Ambiental existe há 30 anos e vem sendo renovada a cada ano com mais qualidade nas ações. Para ele, a Caápua vem para somar esforços e aumentar a qualidade e a abrangência do trabalho já desenvolvido.

O gerente do Parque explicou que as ações de fiscalização são promovidas, em parceria com o Governo do Paraná, Itaipu e guarda-parques argentinos e realizadas no interior e entorno do parque. Além da rotina de fiscalização, também são realizadas outras operações, como a Operação Binacional, que ocorre em conjunto com o Corpo de Guarda-parques argentinos, responsáveis pela proteção do Parque Nacional Del Iguazú (AR).

Além do trabalho de fiscalização, a Operação Caápua terá o papel de conscientizar a população sobre a importância da fauna e da flora, bem como das denúncias sobre venda de animais silvestres e crimes ambientais.

As denúncias sobre caça ilegal, corte irregular de árvores e outros crimes ambientais podem ser feitas diretamente pelo telefone: 0800-6430304. A ligação é gratuita, durante as 24 horas do dia. A identidade de quem denuncia é mantida em sigilo.

BOX – Parque Nacional do Iguaçu abriga variedade de espécies da fauna paranaense e brasileira

O Parque Nacional do Iguaçu abriga uma imensa variedade de fauna e funciona como último abrigo para uma enorme quantidade de animais que tiveram seus habitats reduzidos aos próprios limites do parque. Dados gerais coletados por diversos autores estimam que existam no Parque Nacional do Iguaçu existam cerca de 800 espécies de borboletas, das quais foram identificadas apenas 257.

Das 70 espécies de peixes estimadas para os rios, foi identificada pouco mais da metade. Entre os anfíbios, o número de espécies pode chegar a 25 e, entre os anfíbios, o número de espécies de serpentes, oito de lagartos e três de quelônios. Entre as aves, o número pode chegar a 240. Para os mamíferos, a expectativa é de que o número de espécies chegue a 50.

Além de abrigo, o parque representa também uma rara oportunidade para estudos sobre a variação da fauna em ambientes de transição entre distintas formações florestais. Assim, pode-se observar a presença de um expressivo número de espécies da avifauna associadas aos ambientes da vertente atlântica, como a jacutinga, a jandaia, o surucuá-de-peito-azul, o tucano-de-bico-verde, o flautim e a saíra-sete-cores.

A presença do grimpeirinho – considerada espécie endêmica da Floresta Ombrófila Mista – comprova a influência do domínio dos Planaltos das Araucárias, enquanto o tucunaçu e o arapaçu-do-cerrado representam exemplos de aves típicas do Cerrado.

Muitas dessas espécies – aves como macuco, jacutinga e cisqueira, mamíferos como o guariba, a onça pintada, a lontra, a onça parda e o gato do mato maracajá – já estão incluídas em listas de fauna ameaçada de extinção e dependem da conservação do seu habitat no Parque Nacional do Iguaçu.

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