Por Roberta Costa
Mico-Leão-Dourado que pretende unir unidades públicas e privadas
de conservação ambiental, numa área total de 209 mil hectares da
Baixada Litorânea do Estado do Rio de Janeiro. O objetivo é criar
a gestão integrada das unidades de conservação, as quais se fortalecerão
com o intercâmbio de recursos, ampliando, por exemplo, o poder de
fiscalização dessas áreas e entorno, resguardando assim, os remanescentes
de áreas de Mata Atlântica da região, habitat original do mico-leão-dourado.
Outros sete municípios da Baixada Litorânea também participam do projeto.
O Mosaico Mico-Leão-Dourado, que está em processo de reconhecimento
junto ao Ministério do Meio Ambiente, vai ser formado por Unidades
de Conservação (UCs) de Proteção Integral (como as reservas biológicas
União e Poço das Antas e parques municipais, como Atalaia e Córrego
da Luz); de Uso Sustentável (APA da Bacia do Rio São João) e Reservas
Particulares do Patrimônio Natural da região.
"As áreas protegidas da região têm enorme importância não só pela
conservação da biodiversidade, mas também pelos outros inestimáveis
serviços ambientais prestados, como a manutenção de fontes de água,
o controle climático e a contenção de encostas", afirma Rosan Fernandes,
ecólogo da Associação Mico-Leão-Dourado.
Estão sendo propostas ações de Educação Ambiental e de Comunicação
que possam fortalecer as Unidades de Conservação da região de ocorrência
do mico,
assegurando a proteção da espécie, além de preservar as três bacias
hidrográficas: do rio São João, do rio Macaé e rio das Ostras. Ainda
serão sugeridos debates sobre proteção e licenciamento, manejo da paisagem,
pesquisa e monitoramento, envolvendo entidades ambientais civis e de governo,
como o Inea, além de universidades federais e órgãos de pesquisa;
sensibilização e informação dos gestores públicos sobre a questão do meio
ambiente; união das escolas, comunidade e entidades em torno da educação
ambiental.
Exemplo de gestão ambiental e único município da região a ter um Núcleo
de EducaçãoA mbiental, Rio das Ostras vai contribuir de forma muito
positiva na implementação de planos de manejo, legislação ambiental e de
educação ambiental para o Mosaico. A Secretaria de Meio Ambiente,
Agricultura e Pesca, por exemplo, desenvolve vários projetos na cidade,
com destaque para a coleta e reciclagem de pneus, a usina de trituração
de galhadas para produção de adubo orgânico, as hortas orgânicas mantidas
nas escolas e o Bosque de Neutralização de Carbono. Além disso, Rio das
Ostras é um dos poucos municípios do Estado a dar destinação correta do lixo.
O aterro sanitário da cidade, um dos seis com licença ambiental para operação
no Estado, está sendo ampliado e ganhará uma usina de reciclagem de entulho.
O trabalho do Núcleo de Educação Ambiental também é um diferencial de Rio das
Ostras. A missão do núcleo, que conta com profissionais da Secretaria de Meio
Ambiente e de Educação, é promover a participação cidadã. Foi criado
em 2005 e tem o objetivo de orientar, apoiar, incentivar e implementar projetos
socioambientais em parceria com escolas, comunidades, ONGs, Universidades,
empresas, e outros. Atualmente o Núcleo de Educação Ambiental desenvolve
diversas ações e projetos por meio de oficinas, cursos, expedições ambientais,
encontros ecopedagógicos, fóruns, exposições, conferências e eventos.