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Ajuda para projetos de conservação é menor que prometida, diz estudo

Um novo banco de dados sugere que as promessas de ajuda financeira feitas na Eco 92, no Rio de Janeiro, não foram cumpridas.

No encontro no Rio, que resultou na criação de uma agenda global para desenvolvimento sustentável, nações ricas prometeram gastar cerca de US$ 1,75 bilhão (R$ 3,1 bilhões) na proteção da biodiversidade. Mas esse valor nunca foi alcançado, afirma Daniel Miller e Arun Agrawal, da Universidade de Michigan, em Ann Arbor (EUA), e Timmons Roberts, da Universidade Brown, em Providence (EUA).

Miller e sua equipe descobriram isso quando realizavam um grande levantamento sobre projetos relacionados a biodiversidade no banco de dados AidData, que aglutina informações sobre ajuda financeira internacional.

Os pesquisadores encontraram 9.445 projetos conduzidos em 171 países entre 1980 e 2008, com um custo total de US$ 18 bilhões.

Doações cresceram após a Eco 92, mas estabilizaram na última década, disse Miller no encontro da Sociedade para Biologia de Conservação, em Edmonton, Canadá.

O levantamento pinta um quadro menos generoso que as estatísticas da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o grupo de nações democráticas ricas, que permite aos países doadores decidir o que é “ajuda relacionada a biodiversidade”, o que poderia inflar a soma.

Em artigo publicado em abril na revista “Science”, um grupo internacional usou dados da OCDE para estimar que pelo menos US$ 3,13 bilhões (R$ 5,55) foram gastos em ajuda a projetos de conservação até 2007.

Miller também ressalta que, na falta de estudos sobre a eficácia de projetos de conservação, não há como saber se a ajuda está funcionando. “É uma caixa preta”, diz.

Fonte: Folha.com

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