O Ibama e a Polícia Federal, com apoio do Instituto Chico Mendes, deflagraram nesta quinta-feira (1º) a Operação São Francisco, que desmantelou uma das maiores organizações de tráfico de animais silvestres do País. Foram cumpridos 32 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina, e também no exterior, com apoio da Interpol.
No estado do Paraná, até o momento, foram apreendidos mais de mil animais nativos do Brasil e exóticos provenientes de diferentes partes do mundo, a grande maioria deles passeriformes e psitacídeos. As multas aplicadas pelo Ibama no estado já somam mais de R$ 300 mil, porém tanto os alores de multas como o número de apreensões devem crescer, uma vez que os procedimentos referentes aos maiores depósitos ilegais ainda não foram concluídos.
Como em alguns dos locais de depósito utilizados pela quadrilha e estourados durante a operação há milhares de animais em cativeiro que precisam ser identificados para subsidiar a aplicação das multas, os números finais só serão conhecidos quando o trabalho terminar. A expectativa é de que isso ocorra nos próximos dias e que sejam apreendidos cerca de 7 mil animais nos três estados envolvidos na operação.
A investigação conduzida pela Polícia Federal com apoio do Ibama foi realizada nos últimos oito meses, segundo a Superintendência da Polícia Federal no Paraná, que coordena a operação. Ainda segundo a PF, os trabalhos foram voltados para enquadrar os envolvidos em crimes previstos no Código Penal, como formação de quadrilha, receptação e lavagem de dinheiro, além do enquadramento na Lei de Crimes Ambientais.
Os animais apreendidos estão passando por avaliação veterinária e após isso serão destinados, conforme as suas condições, para readaptação em seus habitats, possível repatriamento ou encaminhados a criadores autorizados.
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, veio a Curitiba para acompanhar a operação. Para Evaristo, o tráfico de animais sofreu um grande abalo hoje. “O combate a esse crime deve ser feito dessa forma, no atacado, com inteligência e em conjunto com a Polícia Federal”.