No dia 3 de Novembro, logo após o feriado de finados, a equipe do IPEVS foi acionada pelo Corpo de Bombeiros para resgatar dois filhotes de animais silvestres até então não identificados. Os animais encontravam-se na residência de uma moradora da região das Três Bicas e, segundo esta, foram abandonados em uma caixa no portão de sua casa. Chegando lá, os animais foram imediatamente identificados como filhotes de Gato Mourisco pelo Médico Veterinário e Biólogo Rafael Haddad. Os felinos foram resgatados e receberam todo o atendimento médico veterinário necessário, mas infelizmente um dos filhotes veio a óbito. O outro filhote continua recebendo os cuidados da equipe do IPEVS, com especial atenção das estagiárias Naiara Palumbo e Moema Lima, e está alimentando-se bem.
O gato mourisco (Puma yagouaroundi) possui coloração marrom-acinzentada, sendo a região da barriga mais clara que as costas. As orelhas são arredondadas, os olhos são castanhos, próximos um do outro e voltados para frente e possuem pernas curtas. Esse mamífero pertencente à família dos felídeos e possuem distribuição geográfica dos Estados Unidos até a Argentina, sendo encontrado em quase todo Brasil. De hábitos diurnos, o animal prefere ambientes de florestas. Suas presas são principalmente roedores e aves, porém alimentam-se também de répteis, anfíbios e peixes. Como a maioria dos felinos o gato mourisco é solitário, exceto em épocas de reprodução, que ocorre uma vez ao ano, com gestação de 63 a 75 dias. Após este prazo, podem nascer de 1 a 4 filhotes e a mãe é quem ensina as noções de sobrevivência e alimentação na floresta.
Quase todos os felinos sofrem com a caça devido ao valor econômico de sua pele. Porém o gato mourisco, por apresentar pelagem curta e pelo fato de não ser pintada, não é alvo de caçadores para esta finalidade. A espécie é rara de ser visualizada, mas não se encontra em estado crítico, porém os dados populacionais e ecológicos são insuficientes no estado do Paraná.
O gato mourisco colabora com o controle populacional das espécies do qual se alimentam e tem função primordial na cadeia alimentar. Tão logo seja possível, o filhote será encaminhado para um programa de reabilitação e soltura.
Fonte: Ascom do IPEVS