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Centro de Reabilitação do Peixe-Boi Amazônico completa 4 anos, no AM

O Centro de Reabilitação do Peixe-boi Amazônico, do Instituto Mamirauá, completa quatro anos neste mês. Mais conhecido como “Centrinho”, o local funciona em uma estrutura flutuante no lago Amanã, no município de Maraã, a 650 km de Manaus, e abriga sete peixes-boi em reabilitação.

Desde janeiro de 2008, o Centrinho recebe filhotes órfãos de peixes-boi, apreendidos em municípios da região do Médio Solimões, no Amazonas. Nesta região, a caça para subsistência ainda é uma ameaça à espécie.

No Centro de Reabilitação, os tratadores (moradores de comunidades da Reserva Amanã) alimentam os animais com leite e capim recolhido das margens do lago. De acordo com o órgão, alguns filhotes chegam a mamar cinco vezes ao dia. A água dos tanques dos animais é trocada diariamente, e também são limpos três tanques de 4500 litros, onde vivem quatro filhotes de peixe-boi. Uma vez por semana, os tratadores registram o peso dos animais.

O Centrinho terá estrutura ampliada. Segundo o Instituto Mamirauá, está em fase de acabamento um novo curral, mais uma ferramenta para auxiliar na reabilitação dos peixes-boi. Em breve, dois dos quatro filhotes que ainda vivem em tanques deverão ser transportados para o curral, que é banhado pela água do lago Amanã. “Esse curral vai permitir que os filhotes tenham mais espaço e profundidade para se locomover e se desenvolver. Eles também ficarão em contato com a água do próprio lago, corrente, e passarão a conviver com peixes, e talvez até a manter contato com peixes-boi nativos que venham visitá-los. Poderão também sentir a chuva, escutar os sons diretamente do lago”, disse a oceanógrafa Miriam Marmontel, coordenadora do projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos (Aquavert).

Deverá ser construído ainda um novo recinto que funcionará como um estágio final no processo de reabilitação dos animais ao ambiente natural. Sua localização será diferenciada, ficando em local com reduzido trânsito de pessoas e embarcações, distante dos demais recintos que compõem o Centrinho.

História – O Centrinho foi criado para abrigar o primeiro filhote que o Instituto recebeu, nomeado “Piti”. Ele foi apreendido, em maior de 2007, por agentes ambientais. O animal estava em poder de um caçador na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. O peixe-boi apresentava arranhões por todo o corpo e uma profunda ferida provocada por golpe de arpão. Separado à força da mãe, o quadro nutricional do pequeno peixe-boi também era crítico.

O peixe-boi Piti, que ganhou esse nome devido ao seu comportamento arredio, passou sete meses recebendo cuidados intensivos em um curral no lago Tefé que, devido ao trânsito intenso de embarcações, não era o local adequado ao tratamento. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, berçário natural da espécie, apresentava-se como o melhor local para a recuperação de Piti.

O Instituto criou então uma estrutura flutuante no lago Amanã, no município de Maraã, para receber Piti. Em janeiro de 2008, quando o Instituto Mamirauá foi credenciado pelo Ibama como criatório conservacionista, Piti foi transferido para a comunidade a Reserva Amanã. Segundo o órgão, o filhote de peixe-boi que inaugurou o Centrinho já está praticamente pronto para ser devolvido à natureza.

Fonte: G1

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